terça-feira, 30 de março de 2010

O dia do apito final...

Conheci as palavras de Armando Nogueira por meio do jornal O Estado de São Paulo. Como toda maioria dos adolescentes, entre meus 13 e 14 anos de idade, o único caderno que interessava ler era o de esportes.

Nunca tinha ouvido falar deste tal de Armando Nogueira, muito menos sabia da sua importância no jornalismo nacional, mas como costumava ler todas as notícias de esportes, do futebol ao hipismo, acabava sempre passando por sua coluna.

Foi por meio dela que começou aflorar meu sentimento de um dia ser um jornalista. Não qualquer um, queria ser como Armando Nogueira.

Passei a escrever crônicas sobre os mais diversos assuntos, principalmente sobre futebol. Surgiu a internet e os contatos com as pessoas foi facilitado.

A partir dai, consegui o contato do Armando. Passei a enviar meus textos para ele ler e comentar. E acredite ou não, mesmo sendo uma pessoa extremamente ocupada, ele sempre me respondeu.

Meus textos eram baseados no futebol e também sobre minha paixão pelo meu time do coração, o Corinthians. Eu costumava escrever sempre em momentos de tristeza e angústia. As palavras vinham, na maioria das vezes, em tom de desabafo.

Armando, no alto da sua experiência como ser humano e jornalista, consolava-me com histórias que presenciou ao lado de Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Didi e tantas outras feras perdidas na linha do tempo do nosso futebol. A cada resposta, uma emoção diferente. Mesmo para uma resposta curta, de um leitor seu qualquer, era visível o cuidado que ele tinha com cada palavra.

Eu me orgulhava disto! De poder trocar palavras com mestre Armando Nogueira. A cada resposta eu contava para meus amigos mais próximos. Adolescentes, enxergava em seus rostos um ar de interrogação. Quem é este Armando Nogueira?

Enfim. Hoje, 16 anos depois, após toda repercussão da sua morte, acredito que todos meus amigos já podem dizer: "agora eu sei quem era aquele cara que o Marcel vivia falando".

Não tive a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Infelizmente, o tempo não permitiu que isto acontecesse. Mas sua obra e lições são imortais. E pra quem sabe do meu sonho de ser jornalista, desde pequenininho, sabe que boa parte da culpa é deste cara ai, Mestre Armando Nogueira.

Muito obrigado!

Um comentário:

  1. Marcel,com toda a certeza ele tambem está orgulhoso de ter te influenciado em sua caminhada,felizes são aqueles que ao fazerem a grande Viagem deixam saudades e bons exemplos como no caso da Armando,parabens pra vc tambem por ter aproveitado as suas oportunidades,bjks.
    Rosa maria Mendes-@asorairammendes

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